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BLOG

Aqui no nosso blog, buscamos inspirar solidariedade e ajudar a transformar vidas, trazendo conteúdos e dicas relevantes sobre as causas que apoiamos.

  • Foto do escritor: Luis Cavalcante
    Luis Cavalcante
  • 2 de abr. de 2022
  • 2 min de leitura

TACITULUS TAXIM - Em silêncio e devagar


No século IV a.C., em Siracusa, na Sicília, existiam dois amigos inseparáveis, Pítias e Damon. Nada havia que um não fizesse pelo outro. Certo dia, o rei de Siracusa, Dionísio, aborreceu-se ao tomar conhecimento de certos discursos que Pítias vinha fazendo. O jovem pensador andava dizendo ao público, que nenhum homem devia ter poder ilimitado sobre outro. E que os tiranos absolutos eram reis injustos.


Presos - ambos os amigos - Pítias reafirmou perante a autoridade real as suas idéias. O que dizia ao povo era a verdade e, portanto a sustentaria, custasse o que custasse. Acusado de traição, Pítias foi condenado à morte. Como seu último desejo, pediu ao rei que o deixasse dizer adeus à sua mulher e filhos, além de colocar os assuntos domésticos em ordem. Dionísio riu do desejo do condenado: – Vejo que além de injusto e tirano, você também me considera um tolo. Se sair de Siracusa, tenho certeza que nunca mais voltará, disse o rei. Foi nesse momento, que Damon adiantou-se e ofereceu-se como garantia. Ficaria em Siracusa como prisioneiro, até o retorno do amigo. – Pode ter a certeza de que Pítias voltará. Nossa amizade é muito conhecida. Eu ficarei aqui.


Ainda desconfiado, Dionísio examinou os amigos, alertando Damon que, se Pítias não voltasse, ele morreria em seu lugar, e aceitou a oferta. Pítias partiu e Damon foi atirado na prisão. Muitos dias se passaram. Pítias não voltava e o rei foi verificar como estava o ânimo do prisioneiro. Estaria arrependido de ter feito o acordo? – Seu tempo está chegando ao fim, sentenciou o rei de Siracusa. Será inútil implorar misericórdia. Você foi um tolo em confiar em seu amigo. Achou mesmo que ele voltaria para morrer? Com firmeza, Damon respondeu: – É um mero atraso. Talvez, os ventos não lhe tenham permitido navegar. Talvez, teve um imprevisto na estrada. Guardo a certeza que, se for humanamente possível, ele chegará a tempo. Dionísio admirou-se da confiança do prisioneiro.


Chegou o dia fatal. Damon foi retirado da prisão e levado à presença do carrasco. ONG “Meu sonho não tem fim” 449 Lá estava o rei, sarcástico, gozando sua vitória. – Parece que o seu amigo não apareceu. O que você acha dele agora? Perguntou. – É meu amigo. Confio nele, foi a resposta de Damon. Nem terminara de falar e as portas se abriram, deixando entrar Pítias cambaleante. Estava pálido, ferido e a exaustão lhe tirava o fôlego. Atirou-se nos braços do amigo. – Graças aos céus, você está vivo! - falou soluçando. Parece que tudo conspirava contra nós. Meu navio naufragou numa tempestade.


Depois, bandidos me atacaram na estrada. Recusei-me, contudo, a perder minha esperança e aqui estou. Pronto para cumprir a sentença de morte. Dionísio ouviu com grande espanto aquelas palavras. Era impossível resistir ao poder de tal lealdade. Emocionado, declarou: – A sentença está revogada. Jamais acreditei que pudessem existir tamanha fé e lealdade na amizade. Vocês mostraram que eu estava errado.

É justo que ganhem a liberdade. Em troca, porém, peço um grande auxílio. – Que auxílio? Perguntaram os amigos. – Ensinem-me a ter parte em tão sólida amizade.


“Não é possível ser bom pela metade.”

Leon Tolstoi







 
 
 
  • Foto do escritor: Luis Cavalcante
    Luis Cavalcante
  • 2 de abr. de 2022
  • 4 min de leitura

TACITULUS TAXIM - Em silêncio e devagar


Certo dia, logo após a criação da Terra, o Criador convocou os anjos a que confiara a guarda e administração dos negócios terrestres, os quais lhe deviam apresentar relatórios precisos, acerca dos vários departamentos de suas responsabilidades individuais. O Senhor recebeu-os com a Sua bênção, e, diante da atenção respeitosa de todos, falou o anjo das luzes:

– Senhor, todas claridades que criastes para a Terra continuam refletindo as bênçãos de Vossa misericórdia. O sol ilumina os dias terrenos com os resplendores divinos, vitalizando todas as coisas da natureza e repartindo com elas o seu calor e sua energia. Nos crepúsculos, o firmamento recita poemas de estrelas e as noites são clarificadas pelos divinos raios tênues e puros.

Nas paisagens terrestres, todas as luzes evocam o Vosso poder e a Vossa misericórdia, enchendo a vida das criaturas de claridades benditas. Deus abençoou o anjo das luzes, concedendo-lhe a faculdade de multiplicá-las na face do mundo.


Depois, veio o anjo da terra e das águas, exclamando com alegria: – Senhor, sobre o mundo que criastes, a terra continua alimentando fartamente todas as criaturas; todos os reinos da natureza retiram dela os tesouros sagrados da vida, e todas as águas, que parecem constituir o sangue bendito da Vossa obra terrena, circulam no seu seio imenso. Os mares falam com violência, afirmando o Vosso poder soberano, e os riachos macios dizem, nos bosques, da Vossa piedade e brandura. As terras e as águas do mundo são plenas afirmações de Vossa magnífica complacência. E o Criador agradeceu as palavras do servidor fiel, abençoando-lhe

todos os trabalhos.

Em seguida, falou radiante, o anjo das árvores e das flores: – Senhor, a missão que concedestes aos vegetais da Terra vem sendo cumprida com sublime dedicação. As árvores oferecem sua sombra, frutos e utilidades a todas as criaturas, como braços misericordiosos do Vosso amor paternal, estendidos sobre o solo do planeta. Quando maltratadas, sabem

ocultar suas angústias, prestando sempre, com abnegação e nobreza, o concurso da Sua bondade à existência dos homens. Algumas, como o sândalo, quando dilaceradas, deixam extravasar de suas feridas taças invisíveis de aroma, balsamizando o ambiente em que nasceram.

E as flores, meu Pai, são piedosas demonstrações das imensas belezas celestiais presentes nos tapetes verdes da Terra inteira. Seus perfumes falam, em todos os momentos, da Vossa magnanimidade e sabedoria. E o Senhor abençoou o servo fiel, facultando-lhe o poder de multiplicar a beleza e as utilidades das árvores e das flores terrestres. Logo após, falou o anjo dos animais, apresentando a Deus o relato sincero, a respeito da vida dos seus subordinados: – Os animais terrestres Senhor, sabem respeitar todas as Vossas leis, acatar a Vossa vontade. Todos vivem em harmonia com as disposições naturais da existência que a Vossa sabedoria lhes traçou.

Jamais abusam de suas faculdades procriadoras e têm uma época própria para o desempenho dessas funções, consoante os Vossos desejos. Todos têm a sua missão a cumprir e alguns deles se colocaram, abnegadamente, ao lado do homem, para substituí-lo nos mais penosos e longos ofícios, ajudando-o a conservar a saúde e a buscar no trabalho o pão de cada dia. As aves são turíbulos alados, incensando, do altar da natureza terrestre, o Vosso trono celestial, cantando as Vossas grandezas ilimitadas.

Elas se revezam, constantemente, para vos prestarem essa singela e bela homenagem de submissão e amor, e, enquanto algumas cantam durante as horas do dia, outras se reservam para as horas da noite, de modo a glorificarem incessantemente as maravilhas admiráveis da Criação, louvando-se a sabedoria do seu Autor inimitável. E Deus, com um sorriso de júbilo paternal, derramou sobre o dedicado mensageiro as vibrações do seu divino agradecimento. Foi quando, então, chegou a vez da palavra do anjo dos homens. Taciturno e entre angústias, provocando a admiração dos demais, pela sua consternação e pela sua tristeza, exclamou compungidamente: – Senhor!... ai de mim! Enquanto meus companheiros vos podem falar da grandeza com que são executados os Vossos decretos na face do mundo, pelos outros elementos da criação, infelizmente, não posso afirmar o mesmo dos homens.

A descendência divina do homem se perde num labirinto de lutas criado por ele mesmo. Dentro das possibilidades do seu livre-arbítrio, é engenhoso e sutil, a inventar todos os motivos para a sua perdição. Os homens já criaram toda a sorte de dificuldades, desvios e confusões para a sua vida na Terra. Inventaram ali, a chamada propriedade sobre os bens que vos pertencem inteiramente, e todos dão curso a uma vida abominável de egoísmo e ambição pelo domínio e pela posse; toda a Terra está dividida indebitamente, e as criaturas humanas se entregam à tarefa absurda da total destruição das Vossas leis eternas. Segundo o que observo em todo o mundo, não tardará o dia em que surjam movimentos homicidas entre as criaturas, tal a extensão de todas as ânsias incontidas de conquistar, possuir e ostentar. 440 Um sonho que não tem fim O anjo dos homens, todavia, não conseguiu continuar o seu relatório. Convulsivos soluços embargaram-lhe a voz; mas o Senhor, embora amargurado e entristecido, desceu generosamente até o anjo e, tomando-lhe as mãos, exclamou com bondade: – Os homens ainda se lembram de mim? – Não Senhor! Desgraçadamente, os homens vos esqueceram - murmurou o anjo com amargura. – Pois bem - replicou o Senhor paternalmente - toda essa situação será remediada. E, alçando as mãos generosas, fez nascer, ali mesmo no céu, um pequeno curso de águas cristalinas e, enchendo um cântaro com essas pérolas liquefeitas, entregou-o ao seu último servidor, exclamando: – Volta à Terra e derrama no coração de seus filhos este licor celeste, a que chamarás água das lágrimas.


Seu gosto tem ressaibos de fel, mas esse elemento terá a propriedade de fazer com que os homens me recordem, lembrando-se da Minha misericórdia paternal. Se eles sofrem e se desesperam pela posse efêmera das coisas atinentes à vida terrestre, é por que Me esqueceram, olvidando a sua origem divina. E desde esse dia o anjo dos homens derrama na alma atormentada e aflita da humanidade a água bendita das lágrimas remissoras; e desde essa hora, cada criatura humana, no momento dos seus prantos e suas amarguras, nas dificuldades e nos espinhos do mundo, recorda, instintivamente, a paternidade de Deus e as alvoradas divinas de uma vida amorosa e fraterna.


“A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol.”

Humberto de Campos









 
 
 
  • Foto do escritor: Luis Cavalcante
    Luis Cavalcante
  • 2 de abr. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de abr. de 2022

TACITULUS TAXIM - Em silêncio e devagar


Certo dia, em um final de tarde ensolarada, um rapaz pobre, que vendia mercadorias de porta em porta para custear os estudos na faculdade de medicina, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez centavos e ele tinha muita fome.

Decidiu que juntaria toda sua coragem e pediria comida na próxima casa em que ofereceria seus produtos. Porém, seus nervos e sua vergonha o traíram quando uma encantadora mulher jovem abriu a porta.

Em vez de comida, pediu apenas um copo de água.

Aquela gentil mulher, analisando o semblante triste e sofrido daquele jovem, pensou que ele parecia faminto e assim, ao invés do copo de água, deu-lhe um grande copo de leite.

Ele bebeu devagar, e depois lhe perguntou:

– Quanto lhe devo?

– Não me deves nada - respondeu ela - minha saudosa mãe sempre

nos ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.

Ele disse:

– Pois te agradeço de todo coração.

Quando o rapaz saiu daquela casa, não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e na bondade dos homens, ficaram fortalecidas. Ele já estava resignado a se render, iria deixar tudo de lado, abandonar a faculdade de medicina, extremamente cara para a sua realidade, e arranjar um outro emprego em período integral.

Muitos anos mais tarde, aquela jovem mulher, agora uma serena senhora, ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos, não conseguiam chegar a conclusão de um diagnóstico preciso, desta forma, a enviaram para uma grande cidade da região, onde chamaram uma equipe especializada para estudar aquela rara enfermidade.

Chamaram o maior especialista da região. Quando este escutou o nome do povoado de onde a paciente viera, uma estranha luz encheu seus olhos, era a sua querida cidade natal, e ele imediatamente subiu ao quarto da paciente para ver se a conhecia de sua época de infância, adolescência e de formação profissional.

Vestido com sua bata de doutor reconheceu aquela gentil senhora imediatamente. Retornou ao quarto de observação determinado a fazer o melhor para salvar aquela vida.

A partir aquele dia dedicou uma atenção especial àquela valiosa paciente. Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha. Finalizado o seu trabalho pediu à administração do hospital que lhe enviasse a fatura total dos gastos para aprová-la. Ele a conferiu e depois escreveu algo, mandando entregá-la no quarto da paciente. Ao receber a fatura, a paciente estava com muito medo de abri-la, pois, sabia que levaria o resto de sua vida para pagar todos os gastos.

Mas, finalmente abriu, seu semblante ficou tomado de espanto, e lágrimas de alegria e gratidão correram por sua face com uma nota escrita na fatura que dizia: “Pago totalmente, anos atrás, com um caridoso copo de leite”.

“Em resposta a uma ética da exclusão, estamos todos desafiados a praticar uma ética da solidariedade.”

Betinho

 
 
 
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